domingo, 21 de dezembro de 2008
ABRAÇO
Abraço
Um para ti
Outro para mim
O mesmo para nós
Estende-se ao ignoto
Complacência divina
Em parcos corações
O pássaro canta
Primavera em flor
Miragem que encanta
Anestesiando a dor
Um abraço
Para a luz
Para a semente que germina
Na minha aldeia
Na minha cruz
Um abraço
Que se estende ao infinito
Por entre crenças da alma
Uma espécie de rito
A atracção pelo mito
Um abraço...
Eu dou.
Fernando Peixoto © (1994)
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Soneto à Alma
Melopeia de um canto nasalado
Do qual cuidadosamente se extirpou
Desvanece o percurso desditoso
No tempo indigente e resvalado
Raízes profundas e profícuas
Esvaem-se no fluxo percorrido
De caminhos e horizontes longínquos
Em nostálgicas passadas iníquas
São estas as imagens da certeza
São estes os prelúdios da destreza
Vida minha, alma tua que te foste
A nuvem perpassa no céu
O vento não é meu, é teu
Tu sempre foste… o meu outro eu
Fernando Peixoto
( Porto , Novembro 1997 )
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