quinta-feira, 10 de junho de 2010

HOMEM












Espécie única, indefinível


Sensorial e cognitivo


Racional, intuitivo


Porventura imperceptível.


Todos os seus gestos


Polvilham mil desejos


Em que mesmo nos ensejos


Disseminam os seus restos.


Entre alegrias e tristezas


Por caminhos sinuosos,


Ressurgem anseios vigorosos


Mesmo fermentando tibiezas.


Por mais epítetos lançados


Jamais será compreendido


Porque ele vive e sonha, sentido


Num simples lançar de dados.


É esta a realidade crua


Nas passadas inquietas da vida,


Dessa vida irremível e tida


Como espuma despida e nua.





Fernando Peixoto © 2001



Fotografia de Jorge Feteira - www.olhares.com