domingo, 23 de maio de 2010

INTROSPECÇÃO





Está tudo tão claro

É tão raro...

Estar assim.

Parece que o tempo pára

Está tudo assim

Estranhamente frio

Luzidio e triste

Como arma em riste...

Parece um rio

Que aflui em mim.

É um espaço reflectido

Que deriva p'ró mar

Espectro vivido

Que sabe escutar.

Perpetuado em mim,

Silêncio que menstrua

Comunica e desagua...

Simplesmente assim.



Porto / 1996


Fernando Peixoto ©