
Caros Amigos, com este poema abro uma excepção a este blogue cujas publicações são da minha exclusiva autoria. Aproveito para partilhar convosco um poema que me foi dedicado e oferecido pelo meu estimado Pai (daí estar em itálico), pela passagem do meu trigésimo aniversário em Outubro de 2003.
Após esta singela homenagem, continuarei a publicar exclusivamente textos da minha exclusiva autoria.
Um abraço deste vosso amigo,
Fernando Peixoto
AMOR AZUL
Ontem foi o tempo
em que tudo mudou
grito catárctico e anseio
libertação d’um receio.
Viagem sem volta
autismo de cor
que alimenta e solta
busca inócua d’amor.
E, se agora, não te afago
não te esqueço todavia
nesse universo aziago
que da noite se faz dia.
Hoje, me recuso aceitar
a impotência que respiro
sonho e penso, transpiro
em contigo, partilhar.
Qual desejo perpassado
no espelho reflectido
neste impulso incontido
és o meu filho desejado.
Se o longe se faz perto
nem sempre assim acontece
o devir logo é incerto
e a mágoa não fenece.
Nesse teu azul olhar
me revejo e contradigo
não sei se só, se contigo
de mim t’irás lembrar.
Se recuso a derrota
e projecto a vitória
a memória não suporta
que me esqueça da história.
Amanhã olharás o rosto
e verás um outro olhar
tomar-lhe-ás o gosto
e saberás perdoar.
E assim te desejo
o que a distância não apaga
um abraço, um beijo
nesta vida, nesta saga.
( Parabéns e um abraço de teu Pai, Fernando Peixoto © )
Outubro 2003
Fernando Peixoto (Pai)