terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Caros Amigos, com este poema abro uma excepção a este blogue cujas publicações são da minha exclusiva autoria. Aproveito para partilhar convosco um poema que me foi dedicado e oferecido pelo meu estimado Pai (daí estar em itálico), pela passagem do meu trigésimo aniversário em Outubro de 2003.
Após esta singela homenagem, continuarei a publicar exclusivamente textos da minha exclusiva autoria.
Um abraço deste vosso amigo,
Fernando Peixoto
AMOR AZUL
Ontem foi o tempo
em que tudo mudou
grito catárctico e anseio
libertação d’um receio.
Viagem sem volta
autismo de cor
que alimenta e solta
busca inócua d’amor.
E, se agora, não te afago
não te esqueço todavia
nesse universo aziago
que da noite se faz dia.
Hoje, me recuso aceitar
a impotência que respiro
sonho e penso, transpiro
em contigo, partilhar.
Qual desejo perpassado
no espelho reflectido
neste impulso incontido
és o meu filho desejado.
Se o longe se faz perto
nem sempre assim acontece
o devir logo é incerto
e a mágoa não fenece.
Nesse teu azul olhar
me revejo e contradigo
não sei se só, se contigo
de mim t’irás lembrar.
Se recuso a derrota
e projecto a vitória
a memória não suporta
que me esqueça da história.
Amanhã olharás o rosto
e verás um outro olhar
tomar-lhe-ás o gosto
e saberás perdoar.
E assim te desejo
o que a distância não apaga
um abraço, um beijo
nesta vida, nesta saga.
( Parabéns e um abraço de teu Pai, Fernando Peixoto © )
Outubro 2003
Fernando Peixoto (Pai)
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14 comentários:
Maravilhoso Fernando e comovente!
Só de uma alma lúcida, pura e generosa como a de seu pai poderiam sair tão lindos versos de amor.
Ele era um homem de corpo inteiro, verdadeiro, honesto, sofrido e alegre ao mesmo tempo, um homem com muitas histórias para contar, um homem com uma experiência de vida ímpar, o que fazia dele um ser único e um ser único e generoso como ele é sempre um maravilhoso pai.
Saio sempre enriquecida com tudo o que leio do pai e por isso hoje foi um dia em que gostei de estar com ele aqui.
Beijinhos
Branca
Professor,
Possivelmente a natureza do poema transcende o meu entendimento, no entanto o talento parece hereditário. Muito bonito, profundo e parece bastante sentido. Com um pai a expressar-se assim, é bem comovente...
O blogue vai de vento em popa, cada vez mais apelativo. Obrigado pela partilha...
Beijinhos,
Isabel Fraga
Professor,
Pelos vistos, o talento também se herda...mas, sem dúvida, bem merece!
Um grande abraço amigo,
JosÉ Carlos
Fernando,
Nos momentos difíceis, nada melhor que recordarmos quem nos marcou. O seu pai deverá estar agora ainda mais orgulhoso do que quando lhe dedicou o poema.
Se bem me lembro, a "confissão" representou um marco histórico e profundo na sua/vossas vida(s).
Vou tentar comparecer à dita homenagem.
Um abraço e votos de continuação desse talento ímpar,
E.M.
Querido Fernando
Estou de volta ao país,e feliz pour vir ao teu blog e ler este poema que teu pai te dedicou,é sempre comovente receber uma prenda tão linda,vinda duma pessoa que amamos e admiramos.
Tens o mesmo olhar que ele,em todos os sentidos,uma herança preciosa...
Recebe um abraço desta tua familiar que te aprecia imenso!!!
Rosa.
Fernando,
Não páras de me surpreender! É impressionante que quanto mais julgo conhecer-te mais pasma fico...
Sensibilidade única, amigo singular e um homem ímpar... mas já me estou a exceder!
Beijinhos e vai dando novas,
Tucha
Caro Fernando,
O teu blog está cada vez mais em forma!
Bem organizado, interessante e bastante atractivo. E tu meu amigo, para quando um cafézito?
Vou continuar a visitar-te mas não te esqueças: vê se arranjas tempo para os amigos, até a Cristina tem comentado...
Um abraço meu e um beijo da Cristina.
Vítor Santos
Parabéns Fernando por seres filho de um grande homem assim.
Honra teu sangue e farás sucesso sempre mais.
Um abraço do amigo Zé Carlos
Engenheiro,
Buscando novas energias, eis que as encontro aqui neste espaço tão à sua imagem...
Obrigado.
Vou tomar agora de seguida um café e reflectir um pouco.
Um abraço,
Pedro Costa
Fernando querido,
Grande a minha alegria ao ler este poema e por gratas razões.
Pai e filho consubstanciam-se num laço de um afeto profundo que toca nossos corações através da eloquência do "olhar-verdade"; do grito "catártico"; do "afago" mais doce pois "és meu filho desejado"!
E se o "devir é incerto", (e foi), a ternura do "olhar azul", faz-se Eterno Enlace que nada ou nenhuma distância apaga.
Este, foi o pai que falou de ti para mim.
Um abraço atlântico!
Sempre, Sylvia Cohin
Fernando,
Passo aqui para te endereçar os parabéns pelo blogue. Interessante e apelativo.
Hei-de regressar brevemente na esperança de te "ler" nessa variante (mais uma) artística.
Um abraço e vai proliferando...
Paulo Macedo
Então Professor???
Como está? Tudo bem?
Espinho sente a falta do Mestre...deve andar com as orelhas a arder...
Quando nos podemos reencontrar? Em breve?
Vá lá, não demore que os meninos já andam desesperados!
Abraço e até já.
o "Artista"
Olá Professor.
Espero que se encontre bem, por aqui vamos andando, diga qualquer coisa à malta...
Um abraço do tamanho da turma do 11º9.
Deixo-lhe um abraço, hoje, especialmente...
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