sábado, 25 de junho de 2011
MEDO
O medo
É algo de profundo.
Intui e paralisa.
O amor, absoluto
Contém, não existe
E racionalizando…
Permanecendo num vácuo
Constante.
É o oposto da razão
Raiz impoluta
De vastas sensações.
Entre o preto e o branco
Não há amor,
Ou ódio, ou odor…
O ódio tem côr
O amor também.
Livre, revolto
O medo inebria
Assusta e perturba
Qual toada perdida…
Tenebroso ímpeto
Entre sonos despertos
O medo coíbe.
Frágil conduta
Rumos perdidos
Passos trocados
O medo estagna.
O homem pára,
Inerte, esparso.
Débil ser
Encantos lúgubres
O medo intimida.
O medo não é dor
Nem alma ou calor
O medo não é algo
Nem vaga nem fundo
Nem luta, emoção
Nem ódio, nem côr.
O medo é nada
O medo é tudo
O medo é,
Simplesmente, puro…
O medo é
Algo de profundo.
Fernando Peixoto ©
(Março de 1991)
Foto: Maiko Lima em www.olhares.pt
sábado, 18 de junho de 2011
PORTUGAL 2011
Portugal está num estado convulso. Ponto.
O panoramo político tem agitado, nos tempos mais recentes, a tessitura social ao ponto de questionar a sociedade em que vivemos. Nos mais díspares domínios, da economia à sociedade, Portugal parece encontrar-se num estado febril.
Em 2011, pese embora não termos completado um semestre completo, muito tem acontecido. Talvez demais para a estrutura do país que somos e, tendo em conta o estado em que nos encontramos,de certo modo pode reflectir o futuro que nos espera.
Antes de mais, há que admiti-lo sem falsos pruridos, temos todos de pensar séria e humildemente no que somos. Donde vimos, para onde vamos e, fundamentalmente, em que estado nos encontramos.
Após longos anos a perorar autênticas verborreias demagógicas, os políticos que civicamente elegemos parecem ignorar a chamada
, motivo pelo qual as recentes eleições legislativas redundaram num resultado final, no mínimo, expectável.
Sócrates e sua trupe escorraçados borda fora (28%). Os bloquistas dizimados a uma insignificância indigente (5%). Os comunistas, persistentes e 'orgulhosamente sós', mantiveram o seu nicho percentual (leia-se, eleitoral)na casa dos 8%. Os centristas contrariaram a lógica do denominado fenómeno 'inversão de ciclo' e conseguiram subir ligeiramente (para os 12%) conseguindo o tão almejado 'pódio governamental'. Por fim, os sociais-democratas conseguiram uma vitória anunciada, esclarecida e desafiadora (39%).
Convém, em primeira instância, recordar que as forças partidárias que subscreveram o famigerado 'memorando de entendimento' conseguiram, no seu conjunto, uma taxa percentual na casa dos 80% (sensivelmente), ao que acresce paradoxalmente os 13% dos críticos do dito. Significativo!
Hoje, com a publicação do elenco governativo muito fica por fazer ou, se preferirem, dá-se início ao resto dos nossos dias...
Porém, sem valores e princípios perfeitamente depurados, nada nos resta esperar. Habituados que estamos a criticar ostensiva e gratuitamente tudo e todos, de forma quase sempre inábil, infundada e masoquista, eis que dispomos de uma oportunidade de ouro para definirmos as nossas prioridades, antes que os 'abutres' nos venham sugar o tutano.
Será que porventura equacionamos o que somos, que ideais defendemos, que caminhos preconizamos? Ou será que, pelo contrário, limitamo-nos a apontar o dedo qual virgem ofendida, sem que para o efeito tenhamos dado qualquer contributo?
Pensemos, caros amigos, qual o papel que nos pode caber nesta conjuntura sinuosa, ao invés de tentarmos contornar com tibiezas e expedientes sibilares as enormes dificuldades que se nos têm deparado e das quais (muitas, por sinal) persistem em nos perseguir...
Pensemos, meditemos,sejamos proactivos, caros amigos, pois o futuro depende cada vez mais de nós.
Um grande abraço e que a nossa 'honra' nos proteja.
NOTA IMPORTANTE
Caros Amigos,
Por motivos diversos, não me foi possível alimentar este blogue desde há algum tempo.
Todavia, espero na medida do possível compensar-vos tal a 'pressão' a que me têm (felizmente) sujeito, motivo pelo qual desde já vos agradeço, no reconhecimento da vossa amizade, interesse e consideração.
A todos vós, o meu obrigado.
Por motivos diversos, não me foi possível alimentar este blogue desde há algum tempo.
Todavia, espero na medida do possível compensar-vos tal a 'pressão' a que me têm (felizmente) sujeito, motivo pelo qual desde já vos agradeço, no reconhecimento da vossa amizade, interesse e consideração.
A todos vós, o meu obrigado.
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